novembro 20, 2020

Stranger Things: resenha da 3ª temporada

Boa noite, queridos! Como vocês estão? Sejam muitíssimo bem-vindos à última resenha de Stranger Things! Por enquanto, claro, enquanto temos apenas rumores e suposições quanto a próxima temporada, deixo vocês aqui com minhas análises que... ninguém pediu, mas eu amei infinitamente escrever. Eu venho adorando fazer essas resenhas pelos últimos três meses, apesar de ter me atrapalhado um pouco no processo, eu consegui expressar tudo que eu queria. A postagem que vocês estão prestes a ler, inclusive, foi a que eu mais me senti confortável escrevendo e tive pouca dificuldade em desenvolver meu raciocínio em comparação com a resenha da segunda, essa aqui seguiu seu rumo quase que automaticamente e tenho quase certeza que isso se deve ao fato de eu ter acabado de reprisar a temporada no começo da semana, logo, todas as informações estavam bem frescas na minha memória! Disse que essa aqui seria mais curta mas, não é, não vou tentar diminuir, eu só... escrevi, bastante, analisei tudo que queria e pontuei as coisas boas e ruins, estou satisfeita e sinto que meu dever foi cumprido! Estou bem orgulhosa de ter conseguido cumprir com esses três meses e fico muito feliz de ver que vocês tem gostado também, como sempre, vou aguardar comentários para discutirmos sobre a série então, por favor, aproveitem a postagem, vejo vocês lá embaixo! ♥

Stranger Things 3 (2019)

O ano é 1985 em Hawkins, Indiana, e o verão está esquentando. O ano letivo acabou, um novo shopping abriu na cidade e a turma está à beira da idade adulta. Romances começam a desabrochar e complicam a dinâmica do grupo, eles terão que descobrir como crescer sem se afastarem um do outro no processo. Enquanto isso, o perigo cresce. Quando a cidade se vê sendo ameaçada por inimigos antigos e novos, Eleven e seus amigos são lembrados que o mal nunca acaba, ele evoluí. Agora, eles terão que se unir para sobreviver e lembrar que a amizade é sempre mais forte que o medo. (fonte: Rotten Tomatoes)

Sendo a temporada com a menor pontuação no Rotten Tomatoes (87% comparado a 90% na segunda e 96% na primeira), Stranger Things está de volta para mais um capítulo da saga e, por enquanto, o último nessa série de resenhas IRRA! Não vou negar, eu me diverti horrores assistindo de novo e escrevendo essas resenhas, vou sentir falta até sair a próxima temporada mas, por enquanto, vamos analisar essa daqui que, apesar da avaliação geral não ser tão baixa, ainda sim trouxe umas mudanças bem notáveis.

Assistindo pela primeira vez, a primeira coisa que eu pensei foi: "caraca, isso tá muito mainstream" mas, isso não necessariamente significa que ficou ruim só que, ficou BEM diferente das outras temporadas. O ritmo da temporada ficou um pouco mais rápido, os personagens mostram algumas mudanças nas personalidades porém, acho que o que impactou mais nessa grande mudanças foi o visual da série. Veja, pelo pôster promocional nós não temos muitas dicas, visto que o estilo é semelhante às outras duas temporadas e eles são inspirados diretamente nos pôsteres dos anos 80 como os de Star Wars e De Volta pro Futuro e esses pôsteres... são ilustrações. Não são fotos planejadas e editadas como os atuais e, como vimos nas temporadas anteriores, eles não refletem exatamente o que assistimos. Na primeira, por exemplo, as cores do pôster tem muitos tons fortes de azul e vermelho porém, nos episódios, dificilmente temos cores saturadas ou destaques, a paleta é toda fria e não foge muito dos tons neutros e terrosos. AGORA, na terceira... tudo que está no pôster é refletido nos episódios.

Temos tons fortes e neon, roupas coloridas e super estampadas, maquiagens extravagantes e tudo que é estereotipado dos anos 80 hoje em dia, tudinho inserido nos cenários e na caracterização e essa mudança foi um impacto visual gigantesco, na segunda temporada tivemos algo parecido mas nem longe tão presente como nessa última.

Na minha opinião, os produtores começaram a explorar a identidade visual da série nessa temporada e aproveitaram muito bem a fase de crescimento das crianças, onde eles estão passando pela pré-adolescência, experimentando coisas novas e só... sendo crianças, pelo menos por um curto tempo porque depois né, o trem descarrilha como sempre.

E por falar em trem descarrilhado, eles pegam PESADO no gore nessa temporada, algumas partes são bem nojentas aliás, fiquem atentos quem tem estômago fraco ou é sensível com sangue e... entranhas explodindo... é, enfim, fiquem atentos na violência também.

Como fiz nas outras duas resenhas, nessa primeira parte não vou entrar em detalhes, para poupar  de spoilers qualquer um que ainda não tenha assistido a última temporada lançada. O plot não é tão bom quanto a segunda porém, não deixa muito a desejar também, eu fiquei bem satisfeita e tocada com o desenvolvimento e se essa fosse a conclusão final para a história, não seria ruim, porém, vou entrar em detalhes sobre isso depois, por ora, se você ainda não assistiu então pode parar de ler por aqui e ir lá na Netflix, ok? Te encontro depois e, como já sabem, ⚠ !! SPOILERS AHEAD !! ⚠

Não sei se vocês perceberam, mas o Murray deu um spoiler bem sútil do enredo da terceira temporada quando ele apareceu na segunda conversando com o Jim, logo no primeiro episódio, quando ele entra apressado no escritório dele e começa a falar sobre a teoria dele de uma possível invasão russa acontecendo bem na frente dos olhos de todos, coisa que... se prova verdade. A primeira cena do primeiro episódio da nova temporada é de uma instalação tecnológica, onde vemos que os russos estão tentando abrir o portal para o mundo invertido novamente, com a ajuda de uma máquina e... isso acontece em 1984, a terceira se passa um ano depois, ou seja, enquanto o grupo estava lutando contra demodogs e Eleven estava em busca de si mesma, os russos já estavam explorando as propriedades do portal e como manipular ele. Doido né, eles acabaram usando da mesma premissa de algo se desenvolvendo pelas costas de todo mundo, na surdina.

Não sei se esse spoiler foi intencional - provavelmente - porém, achei muito engraçado isso porque foi só uma menção, bem rápida e nem eu tinha percebido à primeira vista, fui perceber depois e minha cabeça explodiu quando comecei a ligar os pontos!

Logo depois dessa introdução que, aliás, bem nojento quando todo mundo explode e vira slime de soldado russo (ew!), avançamos um ano até o verão de 1985, onde a história começa já com o casalzinho fofo Mike e Eleven TROCANDO UNS BEIJO QUE ASSIM, NÉ, IS THIS ALLOWED? HAHAHAHA a gente já vê uma grande diferença na dinâmica dos personagens, agora mais crescidos e explorando essa coisa de namoro, se sentindo suuuuper adultos com isso (rio porque era igual, mas nem namorado eu tinha #triste) e o adulto da casa não tá lá muito feliz com a situação. Temos a primeira cena do Hopper bem de saco cheio dessa vida de pai-de-adolescente-com-poderes-tele-cinéticos e também a gente vê como a Eleven está toda apaixonadinha e feliz com essa nova 'vida', mais tranquila e normal.

Logo depois somos introduzidos ao cenário principal da história, o novo shopping da cidade: Starcourt Mall e revemos rostos amigos e conhecemos rostos novos. Steve Harrington está de volta, ainda mais icônico agora com roupinha de marinheiro heheh e bancando a babá como sempre, porém, sendo atazanado por alguém da sua idade também, Robin

Após essas cenas que seriam pra situar o espectador na vida rotineira das crianças, temos a primeira introdução aos eventos paranormais com o apagão acontecendo na cidade toda, uma anomalia começando a se formar no galpão abandonado na cidade e Will tendo arrepios de novo.

Nancy e Jonathan estão namorando também e trabalhando no mesmo lugar e ela está sendo completamente desrespeitada por 'colegas' de trabalho machistas :D que maravilha.

Dustin volta do acampamento depois de um mês e ele está bem agitado/um pouco inseguro de estar revendo seus amigos que, muito fofos, fizeram uma festinha de boas vindas pra ele e, surpresa-surpresa, ele arrumou uma namoradinha, Suzie!! Que, btw, é a coisa mais FOFA desse mundo, pelo amor, apesar dela só aparecer lá no último episódio, enfim.

Billy de salva-vidas e mães abusadas, é isso, eu só consigo falar isso porque eu quase me encolhi de vergonha enquanto via essa cena, o quE É ISSO SRA. WHEELER, ELE É GOSTOSO MAS PODIA SER SEU FILHO. 

Enfim, vamos até o centro da cidade e vemos como a inauguração do shopping afetou o comércio local, fazendo várias lojas fecharem. Hopper vai onde Joyce trabalha e pergunta por conselhos quanto ao relacionamento da Eleven com o Mike. Uma incrível mãe como a Joyce é, ela explica que a melhor forma é conversar com eles calmamente, como se fossem amigos. Hopper diz que vai seguir o conselho mas... bem, se ele realmente tivesse o feito as coisas não se desenvolveriam como desenvolveram, enfim. Ele continua durão ainda, como nas outras temporadas mas... tem um toque de loucura na personalidade dele, ele parece um pouco surtado demais.

Voltamos a tal "anomalia" que começou no galpão, o Controlador de Mentes está juntando corpos pra formar o seu próprio, em outras palavras, explodindo ratos e usando seus restos mortais em forma de slime. É, nojentíssimo. 

Dustin inventou uma espécie de rádio para se comunicar com a namoradinha e chama todo mundo pra subir o morro e falar com ela, spoiler: não dá certo mas dá certo, enfim, ele pega uma mensagem russa no rolê e grava.

Karen começa a se arrumar pra ir encontrar o Billy no motel mas, antes de sair, ela acaba parando e pensando duas vezes quando vê o marido (inútil) só fazendo o mínimo que ele tinha que fazer, hmn. Billy está indo pro lugar também quando algo atinge seu para-brisa e ele é atraído pra dentro do galpão onde é capturado. Terminamos o primeiro episódio.

Temos, de novo, duas histórias principais: a invasão russa e o Controlador de Mentes causando pela cidade e, de lei, grupos separados pra depois convergirem num único e juntarem todas as informações que tem. Apesar de gostar dessa dinâmica, tenho que admitir que é um pouco cansativa e, depois de três temporadas, um tanto previsível. A questão agora é só teorizar por quem os grupos vão ser formados na próxima, pelo visto.

O que me deixou um pouco... incomodada, é como, praticamente, os dois caminhos da história meio que não se cruzam. Vejam, na temporada anterior a Eleven estava diretamente ligada aos acontecimentos no final, a todos os monstros, a viagem pessoal dela trouxe ensinamentos e questionamentos que sempre acabaram ligados a cidade de Hawkins porém, na história dessa vez, os russos não estão ligados em nenhum momento com o Controlador de Mentes. Sim, ele só conseguiu evoluir porque estavam abrindo o portal e a energia/conexão do mesmo deu forças pro monstro, PORÉM, em nenhum momento os russos interagiram com o monstro, comentaram ou sequer SABIAM da existência dele o que, na teoria, não faz sentido porque essa aberração deveria interessar eles bastante visto que um dos objetivos deles abrindo o portal era capturar outro demogorgon com a jaula que vemos no complexo subterrâneo.

Seria muito vantajoso uma espécie de trato com o Controlador de Mentes, talvez uma ajuda extra pra capturar a Eleven em troca de força na questão militar da Guerra Fria e isso seria completamente possível já que ele consegue entender o que os outros falam. Enfim, e essa questão me deixou desconcertada porque, de certa forma, parece que a história nunca se torna 'homogênea' como nas outras seasons, uma coisa levou a outra mas elas acabam não tendo conexão, não sei, achei estranho.

Seguindo essa linha de "estranheza" uma das coisas que eu vi nas críticas foi a forma como a amizade da Eleven e Max foi apresentada, muitos disseram que pareceu forçado. A Max foi completamente esnobada pela Eleven e até então não havia tido nenhuma interação até o começo dessa temporada onde, aparentemente, elas tinham se acertado mas não se falavam diretamente. Então, no segundo episódio, a El vai atrás da outra pra pedir conselhos amorosos (cute) e a Maxine, drama queen, vai logo metendo o "MORTE AO PÊNIS" e pronta pra mostrar pra ela que a vida é mais que garotos estúpidos. E eu só digo YOU GO, GIRL! Errada ela não tá, aliás, foram cenas muito bonitinhas das duas curtindo e a Eleven finalmente descobrindo como é ter uma amiga da mesma idade e que vem a compartilhar os mesmos gostos que ela. 

O que eu acho que causou estranheza não foi a interação das duas e sim a atuação. Veja, Max cresceu como uma garota normal - na maior parte do tempo - agora, a Eleven nunca soube o que é ser uma jovem garota, o que é fazer compras, sair com as amigas, experimentar roupas, tirar fotos bestas e, claro, comprar várias revistas TODATEEN e ATREVIDINHA então, uma pessoa que nunca experimentou isso obviamente teria uma certa dificuldade em interagir, porém, nas cenas, ela se apresenta suuuuper solta, brincando, fazendo caretas como se já tivesse feito isso outras vezes. O que faltou foi uma ~timidez~ pontual, a direção de ator tinha que ter orientado para a atriz se comportar um pouco mais reclusa e ir evoluindo até o final do passeio, não desde o começo já estar 100% confortável com todas as coisas. 

A amizade delas não foi forçada, foi um pouco mal executada mas era totalmente necessária. Essa inserção da Max no grupo foi muito importante, a Eleven faltava em uma amizade feminina, a única que teve - a irmã - foi completamente ignorada nessa temporada então a Max tinha que ter um papel maior nessa história. A interação das duas ajuda muito no desenvolvimento, porque a Eleven só conhecia os meninos, ela não tinha tanta liberdade própria e era bem influenciada por eles em tudo.

Agora, falando de outro personagem, Hopper. Como a querida Shana falou no comentário da primeira resenha, Jim Hopper virou um caos. Veja, eu acho que todos os adultos perderam uns parafusos nesse meio tempo, mas Jim... você surtou um pouco demais. Notem que, ele não perdeu a pose marrenta e durona de antes, na verdade eu diria que ele ficou um pouco mais. Porém, ele... tá muito estourado? Eu não sei, ele perdeu um pouco o senso de responsabilidade e se comportou em diversos momentos como uma criança, a ponto de eu ficar realmente estressada com isso. 

Há uma explicação sútil, na carta, ele revela como o impacto que ela teve na vida dele foi grande, como ele não sabia mais o que era sentir e que estava assustado com a situação, com a filha crescendo e eu também agrego o fato de que ninguém tá muito normal com tudo que aconteceu só que... acho que ainda foi um pouco exagerado, percebam que a Joyce também surtou. Se tornou completamente obcecada por fucking imãs de geladeira caindo só que, no final, o raciocínio dela levou a um fundo de verdade e, falemos a verdade, a Joyce já era uma personagem surtada desde a primeira vez que apareceu e, de qualquer forma, as discussões que ela teve com o Hopper eram mais reações aos surtos dele do que ela ativamente surtando, então, no final, ela não saiu muito da normalidade. Ela tentando falar de um assunto sério e ele achando que ela tá dando pra todo mundo tipo, oi? Amigo, vamos se tratar.

Outro ponto é que eles meio que cagaram pros filhos? Tipo, cadê toda aquela preocupação de mover montanhas nos outros episódios? Não que eu sinta falta do Will sendo o perseguido do rolê e a superproteção mas, né, eles quase não mencionam os filhos, mesmo vendo que a situação tá ficando tensa. No parágrafo anterior eu disse sobre a carta e o Hopper explicar como ele não sentia "nada" fazia muito tempo e, pensando nessa situação, qualquer um se sentiria sobrecarregado tendo que lidar com sentimentos depois de muito tempo e isso tornaria a pessoa uma bagunça MAS, ele diz isso diretamente relacionado a situação com a filha e, afinal, ele mal fala sobre ela durante a temporada toda? Só no começo e, pra piorar, ele fica super satisfeito com a separação que ele causa e não realmente liga pro que a El iria querer. Isso acaba entrando naquilo que eu falei de serem duas histórias diferentes e nunca se tornarem homogêneas porque pra que se preocupar com os filhos se eles não sabem que o Devorador de Mentes voltou à ativa? As crianças devem estar bem :D BITCH, YOU THOUGHT.

Aliás, eu venho só criticando então vou falar de um ponto que eu gostei bastante da série: finalmente os meros mortais foram úteis... e admitiram que eram inúteis. Porra, na cena da sauna os paspalhos, literalmente, ficaram só olhando enquanto o Billy enforcava a Eleven! Inclusive, Mike joga na cara de todo mundo como eles tratam a Eleven como se ela fosse uma máquina, eu estava esperando por isso.

Apesar de ser uma grande surpresa quando os poderes dela param de funcionar, eu gosto como o Lucas seguiu com o plano e pegou todos aqueles fogos de artifício pra servirem de reforço, assim como ele também tomou a iniciativa e cortou o tentáculo que pegou a Eleven na cabana. Eu realmente gostei como os personagens foram obrigados a se virarem e bolarem planos alternativos já que não podiam mais depender dos poderes dela e, parando pra analisar, tudo foi resolvido sem poderes! O monstro foi contido com os esforços das crianças, a máquina no complexo subterrâneo foi destruída com as duas chaves e isso interrompeu a conexão do Mundo Inverso e acabou com tudo, enfim, adorei. Me identifico porque infelizmente não descobri meus poderes ocultos ainda. (qq)

Antes de chegar no último personagem que eu quero comentar, Billy, vou deixar um espaço aqui pra falar da abordagem na questão do terror/suspense que P U T A  Q U E  P A R I U, perfeito. Eles abusaram MESMO do gore e da situação mais "monstruosa" porém, eu até gostei bastante. Um pouco nojento em certas horas mas, acontece.

Uma das cenas mais tensas é quando os hospedeiros começam a ser ativados (o episódio que eles prendem o billy na sauna) onde eles começam a gritar e veias de cor preta começam a encher os braços e rostos, tipo, aterrorizante. 

Aliás, a cena inteira desse episódio na sauna é fodida, assim, eles levaram quatro dias inteiros gravando, de dez a doze horas e além dos takes separados, o diretor Shawn Levy ainda gravou a cena inteira com câmeras de mão e provavelmente foram muitas sequências contínuas (ou seja, sem pausa), além do fato da parte onde a Millie cai no Finn ter sido exaustão de verdade de não ensaiado.

Vou deixar o link do behind desse episódio porque é muito interessante, está em inglês, mas vale a pena (clique aqui ♥)

Outra cena incrível, logo no episódio seguinte, é quando a Nancy é encurralada no corredor do hospital, bem no final e as luzes se apagam quando o monstro se forma.

Deixei marcado pro vídeo começar onde eu quero mostrar, a resolução do vídeo não ajuda muito na magnitude mas esse finalzinho, logo depois que o monstro se eleva e o corredor está escuro a não ser pela placa de "saída" e as luzes vermelhas. A placa pisca e logo depois é coberta pelo monstro, como se simbolizando que agora não existe mais a saída. Assim, perfeito, eu me arrepiei inteira. Sem falar na atuação dos dois, sensacional. Essa cena me deixa um pouco agoniada quando eles saem socando os dois caras, porém, incrível.

Essa outra cena que vou ressaltar é um pequeno detalhe na direção, mas que fez toda diferença na narrativa da cena. Quando a Nancy e o Jonathan são demitidos, o chefe deles os chama na sala e começa a discutir, nessa parte ele já está possuído pelo Devorador de Mentes, ele já está se comportando de forma estranha e, num surto onde ele chuta a mesa, a câmera entorta e a cena segue nesse ângulo estranho até o final e... ai porra, perfeito, sabe? São esses detalhes que deixam a narrativa atraente, ninguém percebe acontecendo e no final todo mundo fica com a sensação de que tem algo errado acontecendo, que está estranho. Enfim, prestem atenção:

[chef's kiss]

Esse uso do plongée (câmera alta) em relação a Nancy logo depois que o Tom chuta a cadeira demonstra essa superioridade, a forma como ele usa da brutalidade pra provar seu ponto e nem quer ouvir ela apesar dele estar sendo controlado por uma força maior. That's it. I like it a lot.

Agora, vou voltar a falar dos personagens e fechar a postagem. Robin foi uma adição muito boa, um alívio cômico muito bom e uma representatividade LGBT mais que merecida, LET'S GO LESBIANS, LET'S GO! Também achei muito bom o destaque que a Erica teve, apesar dessa menina me dar nos nervos as vezes, ela acaba sendo a estrela ali, além de muito inteligente e uma adição adorável ao grupo dos nerds. Alexey é um que vai viver no meu coração sempre, ele merecia mais e foi um personagem muito cativante, vai, o alívio fofo da temporada, hahaha. E sobra-me o Billy para fechar minha análise. Disse na resenha anterior que deixaria pra falar dele aqui, pois bem... que personagem. Um antagonista perfeito, tanto na escolha do ator como na backstory, sim, é bem clichê, porém, não deixa a desejar. Como eu disse antes, eu já tinha mudado minha opinião sobre o Billy no momento que vi como ele era tratado pelo pai na segunda temporada e isso se deve ao fato de que eu acabei me identificando com o que ele passava.

Entendam, meu pai não é abusivo como o dele porém, eu consigo me identificar com o uso desproporcional da falsa autoridade, dessa possessão paternal e, definitivamente, com o medo que o Billy sente do próprio pai porque eu sempre senti na pele e eu posso comprovar que isso afeta demais o psicológico dos filhos. Eu não me tornei violenta como o personagem, mas me tornei muito receosa sobre tudo, principalmente sobre decisões próprias e o meu direito de escolher o que eu bem quero pra minha vida. Sinto que a única pessoa entre eu e meus irmãos que saiu dessa fase sem muitas sequelas futuras foi minha irmã, mas, todos nós temos medo do meu pai e, apesar dele bater na mesma tecla que isso significa que a gente respeita ele, eu não respeito, eu só o temo.

Essa relação abusiva e tóxica, essa falta de afeto misturada com a masculinidade frágil que o pai do Billy expõe e alívio psicológico que... não existe... levaram o personagem a se tornar como ele é, um porra louca que usa da violência como forma de impor autoridade. E isso, mostra na prática (como a Shana também falou, haha) como o ciclo do ódio funciona, e como é fácil a influência, principalmente em crianças. 

Um momento muito tocante mas pouco notado é no final do episódio seis.

Recomendo assistirem a cena toda porque é outra fodida de boa mas, enfim, percebam no final como a fala do personagem é hesitante, como ele demora pra completar a sentença ao dizer que "todos vão morrer" e, porra, olhA A LÁGRIMA ESCORRENDO NO FINAL! Como o ator, Dacre, conseguiu trazer a hesitação do Billy, mostrar que ele ainda estava lá dentro lutando e que ele não queria nada daquilo, na verdade.

O arco de redenção dele é digno de prêmio, eu não queria que ele tivesse morrido, tho. Seria um adição inusitada ao grupo se ele decidisse se juntar e ajudar os outros, seria bem legal pro plot mas, infelizmente, o bendito tem o nome com "B"

Ambos os atores, Dacre e Millie estão impecáveis na cena e, no monólogo do Billy a gente tem agora certeza de que foi a Eleven que deixou eles entrarem, cito: 

"Você nos deixou entrar e, agora, você vai ter que nos deixar ficar [...] Você não vê? Todo esse tempo nós estivemos construindo-o pra você"

Eles sabem que a Eleven é a única coisa que pode os deter (apesar que, no final, ela nem foi "necessária") então, eles sabem que ou eles acabam com ela ou eles trazem ela pro lado deles. Novamente, a teoria de que os russos só tinham a ganhar contatando o Devorador de Mentes faz ainda mais sentido, essa eu realmente não entendi, talvez tenha alguma carta na manga escondida pra próxima temporada.

Depois da batalha no shopping também temos uma cena bem tocante quando a Joyce reencontra o Will após toda a confusão, que ela abraça ele e troca olhares com a Eleven procurando o Jim, um olhar de culpa super pesado e tocante, que fica aquele sentimento de ela ter falhado com a menina. Essa batalha final me lembrou muito a primeira temporada, quando tudo acontece ao mesmo tempo, a El some e depois fica só o silêncio e o impacto que isso causou no Mike, mesma coisa agora, porém é o Hopper quem não está ali.

E agora, pra fechar a análise. Se essa fosse a última temporada, eu teria gostado. 

O final foi bem conclusivo, teve uma morte significativa (que na verdade é morte falsa, mas enfim) e um fechamento feliz, em sua maior parte. Robin e Steve viraram bons amigos, as crianças se acertaram e os Byers vão se mudar pra um lugar melhor, porém com a promessa de que eles ainda vão se encontrar com a turma de Hawkins sempre que possível. Porra, vai me dizer que a carta do Hopper não é digna de uma conclusão? É perfeita, linda, muito tocante, apesar de quer aquele ponto que destoa que eu mencionei lá em cima... é perfeita. Vou deixar aqui a cena, foda-se.

Fuck, I'm crying again. Oh god. Anyway, moving on. Teria sido um final perfeito. Fica aqui meu recado de que se a próxima temporada for ruim a gente esquece e considera essa resenha como o final, ok? ok. Estamos acordados.

Então, terminamos tudo que temos de Stranger Things por enquanto! Minha nota pra essa temporada é um quase-sólido 3,5/5,0. Sim, a temporada é impactante, sim, a temporada tem uma storyline boa e não deixa tantos furos, porém, os detalhes que eu acabei pegando não me deixaram muito feliz, por isso abaixei a nota, sendo a menor de todas as análises até agora. PORÉM, a série ainda é muito boa, não tenho como negar e eu mal posso esperar pela continuação! 

AGORA, VAMOS TEORIZAR.

Pelo amor de Deus, a Kali não pode ter sido só uma personagem secundária! Vi em algum lugar do tumblr sobre uma teoria de que ela apareceria na próxima temporada como apoio na busca pelo Hopper o que eu acho digno e ficaria muito feliz dessa mistura entre os personagens (particularmente, acho que ela se daria muito bem com a Nancy e talvez o Steve e a Robin).

Eu tenho uma teoria minha porque eu NÃO CONSIGO tirar da cabeça que o Dr. Brenner está vivo, tem alguma coisa nisso ai e eu acho que ele está trabalhando junto com os russos - isso manteria ele escondido e isso também explicaria como os russos sabiam tão bem dos estudos feitos em Hawkins e todos os acontecimentos que tiveram por lá. Apesar de que, se ele realmente estivesse trabalhando com os russos talvez eles saberiam da Eleven... OU NÃO PORQUE NO FINAL DA PRIMEIRA TEMPORADA A ELEVEN SOME E O BRENNER NÃO SABE QUE ELA ESTÁ VIVA, HMN.

Ok, surtei. Saíram algumas fotos do set da nova temporada e até mesmo a Millie postou no Instagram, eu sinto que ela vai sair lá pro meio de 2021, talvez em setembro e eu... estou bem ansiosa! E vocês, pessoal? Tem alguma teoria? Aguardo relatos e peço que aguardem a coletânea de fanarts

Obrigada por me acompanharem nessas resenhas, vamos agora aguardar a continuação e torcer pra que seja tão boa quanto as antecedentes. Um beijo pra vocês, se cuidem! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário