Stranger Things: resenha da 1ª temporada

Muito boa noite, amores! Como vocês estão? Estão passando um pouco de frio por ai onde moram? Aqui em São Paulo está uma bagunça esse clima, como sempre, durante a semana e até ontem as temperaturas chegaram a mais de 30º graus pra hoje, descer pra 16º! Não há saúde que aguente essa loucura, viu? Bem, hoje, seguindo o calendário de setembro que eu fiz, estou trazendo a primeira resenha sobre Stranger Things! Quando mencionei em alguma postagem anterior, disse que iria fazer uma análise das três temporadas só que, como eu ainda estou no processo de criar um ritmo pra postar e realmente me dedicar a isso, decidi não me sobrecarregar sozinha com tarefas que eu sabia que não daria conta, visto que eu só consegui terminar de rever a primeira temporada e fazer todas as minhas anotações no dia 10 e, pra fazer o mesmo com as outras duas temporadas e ainda escrever tudo que eu queria... não ia dar certo, eu não ia conseguir concluir o prazo que estipulei e iria ficar frustrada, então, sendo assim eu deixo vocês aqui com a resenha da primeira temporada - que ficou imensa, me desculpem, leiam com calma, tomem seu tempinho - espero que entendam e aguardem as próximas que estou bem ansiosa pra continuar a escrever! ♥

Stranger Things (2016)

Criado por: The Duffer Brothers

Stranger Things se passa em Indiana no ano 1983, onde um garoto desaparece sem deixar rastros. Conforme amigos, família e a polícia local buscam por respostas, eles acabam se envolvendo num extraordinário mistério com direito a experimentos secretos do governo, forças sobrenaturais e uma garota bem estranha. (fonte: Rotten Tomatoes)

Quando a série lançou, em 2016, eu não tive nenhum interesse nela. Eu via todo mundo comentando sobre, praticamente todos os meus amigos tinham assistido menos eu e até mesmo minha sala inteira do curso de ilustração ficavam comentando sobre! Pois bem, passou-se um tempo e a série Dark foi lançada e minha amiga me recomendou com a seguinte frase: "é muito melhor que Stranger Things" e, como eu estava fazendo parte da rebelião que não entendia o hype da série, concordei e fui assistir Dark e me apaixonei completamente. E, hoje, depois que assisti Stranger Things, percebi que a comparação entre essas duas séries tem um total de 0 cabimento. As duas séries tem premissas completamente diferentes, ritmos nem um pouco similares e a história de Dark é muito mais complicada e bem amarrada do que ST, se tem alguma coisa em comum é que ambas tratam de uns assuntos muito doidos, enfim, o que isso tem a ver com a minha resenha? Absolutamente nada, mas eu queria deixar esse adendo aqui.

De qualquer forma, assim como 96% da audiência da série - de acordo com o rotten tomatoes-, eu gostei de Stranger Things pra caralho.

Eu praticamente fiz maratona junto com minha mãe, terminamos as três temporadas em uma semana e meia e logo depois eu recomecei a primeira temporada pra poder fazer anotações pontuais e trazer essa resenha aqui e, mesmo tendo acabado de assistir, a série não se tornou chata de rever, consegui ter o mesmo divertimento e interesse igual da primeira vez.

Como mencionei acima, a série tem um ritmo diferente e a princípio ela até se assemelha um pouco na forma como Dark começa também: os fatos são jogados aleatoriamente em lugares diferentes e depois cada ponta começa a se interligar. Logo no primeiro episódio já temos um panorama geral de todos esses pontos, sendo eles, o laboratório e a existência de um monstro, desaparecimento de uma das crianças principais, espionagem, arcos românticos e, claro, a existência da Eleven - que eu não consigo chamar de Onze, ou, pior, ON - e uma pequena prévia dos poderes dela.

A trama é bem chamativa e nos deixa bem ansioso pra entender tudo que está acontecendo, na minha opinião algumas pontas ficaram soltas no final da temporada mas, não atrapalhou totalmente a experiência. Os personagens são muito cativantes e a maioria se mantém bem consistente - principalmente Joyce, Jonathan e Hopper.

Além de que, é claro, as crianças são simplesmente adoráveis. Não há outra forma de explicar, essa dinâmica mais infantil é muito fácil de conquistar as pessoas, os atores também não deixaram faltar nada - ressalvo aqui uma das minhas anotações da série que foi: "me assusta o fato da Millie (Eleven) já ser uma puta atriz com essa idade" sinceramente, que garota foda -, construíram muito bem os personagens e meu útero coçava sempre que eu via todos eles juntos começando a bolar algum plano, logo eu, que sempre falo que não quero filho nenhum, haha!

Acho que um dos motivos de toda a aclamação é o fato do seriado ter conseguido reunir três gerações diferentes numa história onde todos acabam trabalhando juntos no final, coisa que, nas séries atuais, geralmente não acontece, o foco fica apenas para as crianças, os adolescentes ou os adultos (e muitas vezes, uma dessas gerações se torna a 'inimiga' da principal, vide, adultos x crianças, adolescentes x adultos, etc). Essa ideia trouxe um público muito maior e mais variado pra série e tocou cada um de uma forma diferente.

Eu não nasci nos anos oitenta (99's girl), não posso comentar muito sobre a verossimilhança porém, esteticamente, a série também é linda. Eu não diria que a direção de arte é chamativa, na segunda temporada tem um foco bem maior mas, ainda sim, é muito confortável aos olhos e você sente uma certa familiaridade com os cenários e a caracterização dos personagens, a paleta de cores permanece nos tons frios - principalmente azul e verde - e escuros, aliás, tem MUITA cena noturna então é muito legal assistir de noite.

Em relação ao suspense/terror é beeeem tranquilo, sim, o Demogorgon é bizarro e bem medonho, mas, não necessariamente as cenas que ele aparece dão medo, dá uma aflição DANADA porém, medo não.

Agora, vou falar de outros pontos em mais detalhes, incluindo 🚨 SPOILERS 🚨 então se você pretende ver a série, pare agora e vá ver! É rapidinho! E ai você volta aqui, ok? Ok, vou prosseguir.

sim, é uma ameaça

Apesar de eu ter gostado muito desse show, algumas coisas me deixaram um pouco... intrigadas, com uma pequena pulga atrás da orelha que eu fiquei matutando até agora. Exatamente por isso que eu ainda não consigo definir se Stranger Things é realmente BOM, enfim, vamos lá.

Primeira coisa que eu queria ressaltar, coisa que me deixou bem surpresa: a série é um pouco mais violenta do que eu pensava. Assim, não que tenha gore ou, sei lá, fraturas expostas, mas a Eleven deve ter matado pelo menos umas 10 pessoas no decorrer da temporada, numa piscada só e ninguém realmente tinha uma reação pra isso, achei... um pouco bizarro, o pessoal em volta dela só ficou: "bem, ok, problema resolvido :D ". Claro que ela é uma garota bem traumatizada e as pessoas que ela matou só faziam mal a ela antes, é mais como um instinto de defesa e claramente ela ainda não sabe controlar tão bem seus poderes só que, né, não precisava derreter o cérebro de todo mundo assim.

Segunda coisa: o hype em coisas que no final foram irrelevantes. Meu deus, o TANTO de imagem que eu vi dessa série com a porcaria da parede com o alfabeto e as luzes de Natal, eu jurava que a série se passava completamente em torno daquilo quando, na verdade, foi usado um total de UMA vez. A Barbara também, puts, morreu no segundo episódio a coitada só que com o hype eu jurava que ela era uma das principais ou uma coadjuvante importante na história - btw mataram logo a mina gorda, chateada, e não que ela não seja importante mas, ela poderia ter sido muito mais. E isso me leva ao terceiro ponto: a sutileza nas backstories ou passado dos personagens, em português.

Isso pode ser tanto um ponto bom como um ponto ruim, vendo no geral, o único personagem que realmente ficou sem uma história por trás foi o Steve, mas dele eu já vou falar separadamente. A Nancy é uma das minhas personagens prediletas, ela começou como uma adolescente bem estereotipada que quer se rebelar a todo custo até achar alguém que jogue na cara dela que a bonita é só mais uma entre tantas outras, o arco dela é muito bom, desde o começo ela já mostra que é destemida apesar de chiliquenta e, sinceramente, fight like Nancy Wheeler.

Jonathan é um personagem muito constante, muito bem construído e ele sabe quem é e onde ele pertence só que, eu senti falta de um passado ai, bem, temos alguns flashbacks e até a aparição do pai babaca, mas, também tem uma premissa de que teria tido alguma treta na escola pelo jeito que os outros tratam ele, só que isso não foi mais mencionado e só... segue vida, a única dica de uma história por trás é no episódio cinco, com o Jonathan e a Nancy aprendendo a atirar num campo e eles falam um pouco sobre os próprios pais, nesse mesmo episódio também tem o Hopper falando com a ex-mulher e revelando um pouco mais sobre o que ele passou (Acho que de todos, ele e a Eleven tem a história mais explicada).

Agora, sobre o Steve... [deep breath] Não sei se vocês sabem ou se já assistiram o pequeno documentário "O Universo de Stranger Things" onde eles conversam com os produtores e diretores da série sobre algumas coisas, o foco, na verdade, é a segunda temporada mas eles acabam falando bastante da primeira - principalmente no primeiro episódio, e nisso eles revelaram que nosso querido Steve Harrington era, a princípio, o antagonista, sim, digamos que ele era o Billy da primeira temporada, ou era pra ser. O ponto é que isso mudou única e exclusivamente por conta do ator, Joe Keery. Sinceramente, não tinha como salvar esse plot pra ele, vocês conseguem imaginar o Steve como uma pessoa ruim? Exatamente, eu também não. Ele pode ter sido um babaca no começo, mas, nem quando ele pisou na bola ficou convincente de que ele queria isso mesmo, ficou mais como uma influência dos amigos do que a vontade dele mesmo e, novamente, isso aconteceu por causa do ator - ele tem muita cara de bobão, não dá.

O ponto é que mudanças de última hora têm consequências de última hora e acabou nisso, um personagem claramente com daddy issues sem qualquer história por trás disso, mas com um arco de redenção MUITO BOM. Eu espero que na próxima temporada nós tenhamos um plano de fundo pra esse personagem que deve, provavelmente, ser o favorito de mais de 50% do fandom.

Bem, sobre personagens eu acho que era isso, Joyce também é uma das minhas personagens prediletas (Winona Ryder quebrando tudo, as always) e as crianças... são crianças, são bons personagens mas as mudanças a gente consegue ver melhor nas outras temporadas, a evolução deles por assim dizer.

Agora... vamos de roteiro. (meu deus eu já escrevi pra caralho, me desculpem, empolguei aqui)

Primordialmente, não é como se o roteiro tivesse uma CRATERA e fosse impossível de assimilar as coisas, não é isso! Mas, muitas coisas ficaram incertas e, com a ajuda do mini-documentário, foi possível perceber que nem os produtores tem as respostas pra isso.

Afinal, como caralhos isso tudo aconteceu?

Digo, como a Eleven conseguiu contato com o mundo inverso? Como ela conseguiu abrir o portal estando do outro lado? Ou foi o próprio monstro que fez isso? Como o mundo normal afeta exatamente o mundo inverso? O laboratório afinal sabia da existência desse mundo? O que, por todos os deuses, é o mundo invertido afinal?

Nós temos alguns vestígios de cada uma dessas perguntas, mas, nada é realmente explicado explicitamente e eu não sei se gosto dessa premissa, quer dizer, é uma liberdade criativa deixar os telespectadores interpretarem da forma que bem entenderem, juntarem as peças e irem criando teorias só que... estamos falando de um drama com ficção científica, não acho que é assim que a banda toca nesse gênero. É preferível que tenha uma explicação plausível ligando todos os elementos porque estamos falando de um universo completamente novo, não temos nada no nosso mundo que podemos relacionar com e isso... me deixa frustrada.

Ah, e just for the record, a explicação assim, básica, que os personagens dão na série é que nem eles sabem como esse universo funciona, a única coisa é que eles estão atrás da Eleven e, aparentemente, ela foi a ponte pra eles - os monstros - conseguirem passar pra essa dimensão ou foi ela mesma que abriu o portal, não fica muito certo. E aliás, como ela conseguiu se comunicar com o mundo inverso? As barreiras da mente dela se expandiram tanto a esse ponto? Ou exatamente pelo mundo invertido ser uma cópia do mundo humano que ela conseguiu atravessar essa barreira? Enfim, a hipotenusa. (obs: quando o Hopper e a Joyce voltam no laboratório pra fazerem um acordo pra irem atrás do Will, o Hopper diz: "eu sei que vocês passaram dos limites e agora não sabem o que fazer", isso pode insinuar que, na verdade, os cientistas SABIAM SIM o que estavam fazendo, mas, foram longe demais e deu no que deu = dedo no cu e gritaria)

Por favor, me corrijam se eu perdi algum detalhe e estou falando asneira, ok? E sim, eu sei que eles explicam que o laboratório fazia experimentos com as pessoas usando drogas psicodoidas e tals, mas, pela extensão que as coisas acontecem, essa história não é suficiente. 

A estrutura da série e a execução diferem bastante do que a gente vê hoje em dia, eles pegaram inspirações diretas em filmes como "De Volta pro Futuro" e na história de "It", isso foi um ponto que eu gostei bastante, na verdade, porque sai um pouco do mainstream e nada na história fica apressado, toma seu tempo pra desvendar cada detalhe - apesar de não ser tão bem explicado. Não que o mainstream não seja bom, porém, foi uma jogada de mestre pra se aproximar de públicos diferentes, principalmente quando as relações entre os personagens começa a evoluir e não se tornaram forçadas (sejamos sinceros, muito hype foi e É ainda por causa dos personagens, vocês não me enganam viu - disse a menina que quase morreu de amores por causa de crianças).

ENFIM. Acho que terminei por aqui. Afinal, depois de passar o dia inteiro escrevendo isso, revendo minhas notas e vendo alguns gifs e opiniões alheias no tumblr... a série é boa sim. Tem seus pequenos defeitos, mas, nada que realmente atrapalhe a experiência divertidíssima. 

Minha nota final pra primeira temporada é 4,50/5,00. O final da temporada é bem tristinho, mas, ele deixa bastante coisa para a continuação, como eu quero fazer outra resenha bem detalhada como essa, vou deixar pro próximo dia 20 a próxima!

Ah, e curiosidade - porque isso só acontece quando você não é fã da série ou do ator - eu vi o Joe Keery na CCXP do ano passado num painel que ele fez juntamente com o Shawn Levy e o Ryan Reynolds e porra, o cara é um galã mesmo, nossa.

Foto dos dois falando no painel c:

Eu estava bem no fundo do auditório e eu só vi ele porque a CCXP tem um péssimo sistema envolvendo os auditórios - basicamente, eles não fazem rotação de público e se a pessoa entrou lá 10 horas da manhã ela pode ficar até às 8 da noite sem problemas - e eu e minha mãe queríamos ver o painel de Star Wars então tivemos que entrar umas quatro horas antes pra conseguirmos lugar e o painel onde o Joe estava era antes do que a gente queria, ficou como um bônus, afinal.

 

Eu ia colocar outro bônus nessa postagem que eram as fanarts que eu fiz da série, porém, eu não tive tempo suficiente pra passar elas pro computador então vou deixar pra próxima resenha... Ok, vou deixar um pequeno spoiler de uma que eu fiz porque, sinceramente, ficou uma fofura! (pelo amor de deus, eu espero que dê pra reconhecer) - clique aqui pra ver ♥

Agora, sim, acabei! Se mantenham seguros, um mooonte de beijos para vocês e até a próxima!